Irã proíbe levantador de peso pelo resto da vida após apertar a mão de israelense no pódio
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Irã proíbe levantador de peso pelo resto da vida após apertar a mão de israelense no pódio

Aug 26, 2023

Halterofilista banido para sempre no Irã após cumprimentar atleta israelense

Numa medida controversa, o Irão proibiu a prática desportiva por toda a vida ao levantador de peso Mostafa Rajaei e dissolveu um comité desportivo. A decisão foi tomada depois que Rajaei cumprimentou um homólogo israelense no pódio durante o Campeonato Mundial Master de Halterofilismo de 2023, na Polônia.

Rajaei, um levantador de peso veterano, alcançou o segundo lugar em sua categoria e orgulhosamente subiu ao pódio com a bandeira iraniana pendurada em seu redor. Ao lado dele estava Maksim Svirsky, de Israel, que terminou em terceiro. Os dois atletas apertaram as mãos e até tiraram fotos juntos, gesto que já resultou em graves consequências para Rajaei.

A Federação Iraniana de Levantamento de Peso proibiu Rajaei de participar de qualquer esporte pelo resto de sua vida, rotulando suas ações como uma transgressão “imperdoável”. A federação afirmou que a sua posição está alinhada com as crenças da República Islâmica do Irão. Além da proibição, Rajaei também foi impedido de entrar em todas as instalações desportivas.

As repercussões estenderam-se além de Rajaei, quando Hamid Salehinia, chefe da equipe de levantamento de peso, foi afastado do cargo. A federação também dissolveu um comitê que representava levantadores de peso veteranos.

O chefe da Federação, Sajad Anoushiravani, emitiu uma declaração, pedindo desculpas ao líder da revolução, às famílias dos mártires e ao povo do Irã. Ele jurou que incidentes como esse não se repetiriam na família do levantamento de peso.

O incidente no campeonato de levantamento de peso aconteceu em Cracóvia e contou com a participação de mais de 1.000 atletas de 47 países. A recusa do Irão em reconhecer Israel como país e a sua proibição estrita de qualquer contacto entre atletas iranianos e israelitas é bem conhecida na comunidade desportiva.

Os atletas iranianos optaram consistentemente por se abster de competir contra os israelenses. Esta postura resultou em desqualificações e desistências de torneios por motivos médicos. O país enfrentou críticas e recebeu proibições devido à sua postura intransigente.

Incidentes notáveis ​​incluem a suspensão de quatro anos imposta ao Irão pelo órgão regulador mundial do Judo em 2021. Esta ação foi tomada em resposta à recusa do Irão em permitir que os seus atletas competissem contra israelitas. A pressão das autoridades levou à desertificação de vários atletas iranianos, em busca de oportunidades noutros lugares.

Um exemplo é Alireza Firouzja, um prodígio do xadrez que deixou o Irão depois de ter sido proibido pela federação desportiva de participar no campeonato mundial de 2019 para evitar potencialmente enfrentar um adversário israelita. Firouzja agora compete sob a bandeira francesa.

O incidente envolvendo Rajaei e Svirsky destacou mais uma vez as políticas rigorosas aplicadas pelo Irão em relação aos atletas israelitas. Resta saber se esta controvérsia resultará numa reavaliação destas políticas ou num maior fortalecimento da posição do Irão.